segunda-feira, 29 de junho de 2015

Braga - Parte II

Um passeio em Braga nunca será completo sem uma visita aos santuários da cidade, o Santuário do Bom Jesus e o do Sameiro. 
Comecemos então pelo Santuário do Bom Jesus. 
A história do santuário começa no século XIV quando alguém ergueu uma cruz no alto  monte. Nos séculos seguintes foram sendo construídas ermidas e foi então em 1722, D. Rodrigo de Moura Teles, o arcebispo de Braga na altura, concebeu e iniciou o projecto que deu origem ao actual santuário.
A construção prolongou-se até ao século XIX e apresenta os estilos Barroco, Rococó e Neoclássico. 
O santuário é composto pelas capelas da Via Sacra e pela igreja, uma alameda e a monumental escadaria onde se podem encontrar várias estátuas e fontes simbólicas. 
Este santuário serviu de inspiração à construção de outros, não só em Portugal, ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em Lamego, mas também no Brasil, onde na cidade mineira de Congonhas se construiu o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. 

De todas as vezes que fui até ao santuário, fui de carro mas se não tiverem carro, também é possível apanhar um autocarro até lá e podem sair numa paragem mesmo em frente ao Elevador do Bom Jesus. 
Já que o autocarro pára mesmo em frente ao elevador, talvez seja boa ideia apanhá-lo e evitar assim as centenas de escadas até ao topo do santuário. O bilhete de ida custa 1.20€, enquanto que um bilhete de ida e volta custa 2€. 

Eu gosto imenso de elevadores, funiculares, teleféricos e similares e de todas as vezes que fui ao santuário, andei no Elevador do Bom Jesus.
Este elevador foi o 1º a ser instalado na Península Ibérica, foi inaugurado a 25 de Março de 1882 e é o mais antigo no mundo a utilizar o sistema de contrapeso de água. 

Uma vez lá em cima, podemos então admirar a bonita igreja neoclássica. 

A Igreja do Bom Jesus foi uma das primeiras construções neoclássicas do país. Foi construída entre 1784 e 1811. 

Para quem gosta de desporto, subir e descer a escadaria deste santuário é sem dúvida um belo exercício. 
A escadaria divide-se em três grandes lanços: o "Escadório do Pórtico", o "Escadório dos Cinco Sentidos" e o "Escadório das Três Virtudes". 

Ao subir ou descer as escadas é possível ir espreitando o interior das capelas que compõem a Via Sacra

Para além da paisagem arquitectónica, o santuário também oferece a quem o visita, espaços tranquilos e verdejantes. 

Ao lado da igreja encontra-se este bonito jardim com uma gruta artificial, um pequeno lago e um miradouro. 

Um pouco mais acima está um lago onde é possível alugar barcos.

Depois andar de elevador, subir e descer escadas e andar de barco, segue-se a visita ao Santuário do Sameiro.

O Santuário de Nossa Senhora do Sameiro ou simplesmente Santuário do Sameiro, não é tão impressionante como o outro santuário da cidade, ainda assim é um dos maiores centros de devoção mariana em Portugal. 
A sua construção iniciou-se em 1863 e terminou no século XX.  
Em frente à igreja está uma escadaria e no seu topo erguem-se dois pilares encimados com as imagens da Virgem Maria e do Sagrado Coração de Jesus. 

Espero que estes 2 posts vos tenham aberto o apetite para uma visita a Braga. Eu recomendo, vale a pena e vou certamente voltar. 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Braga - Parte I

Braga é uma das minhas cidades portuguesas preferidas e nos últimos anos tenho lá ido com alguma frequência. E por que é que gosto tanto de Braga?! Porque sim e porque as pessoas são simpáticas, porque o centro histórico é muito bonito, com muito para ver e é fácil uma pessoa andar e orientar-se lá, porque é de fácil acesso, porque é uma cidade simplesmente bonita e onde me imagino a viver!! 

Braga é uma das cidades mais jovens da Europa, em termos de população, e em 2012 foi distinguida como Capital Europeia da Juventude. 
A população da cidade é jovem mas a sua História é bem antiga. Foi fundada no tempo dos romanos como Bracara Augusta, tem mais de 2000 anos de História, é uma das cidades mais antigas de Portugal e uma das cidades cristãs mais antigas do mundo. 
Vamos lá então dar uma volta por Braga. 

Como disse antes, tenho ido algumas vezes a Braga nos últimos tempos e cada vez que lá vou fico alojada no Hotel dos Terceiros. É simples, é barato, é bem localizado e os croissants do pequeno almoço são muito bons! 

Disse que o hotel fica bem localizado e realmente não podia pedir uma localização mais central, fica mesmo a dois passos da Praça da República. Pode dizer-se que esta praça é o coração da cidade, ou pelo menos do centro histórico. 
Esta praça, também conhecida por Arcada, é assim chamada desde a Implantação da República em 1910. Antes disso chamou-se Largo da Lapa e depois Largo Hintze Ribeiro. 
A praça foi aberta na Idade Média e era aqui que desde os fins do século XV se comercializavam os géneros que abasteciam a cidade. Foi transformada em jardim público em meados do século XIX. Entre 1994 e 1995 deu-se a mais recente transformação da praça, foi cortado o trânsito e foi colocada uma fonte luminosa. 
Mal se dá por ela mas mesmo no centro da arcada está a Igreja da Lapa e ao seu lado estão dois cafés emblemáticos da cidade, o Café Vianna e o Astória. 

Braga é uma das cidades cristãs mais antigas do mundo e isso explica o elevado número de igrejas na cidade. São mesmo muitas, de diferentes alturas e estilos.
Junto à Praça da República encontra-se a Basílica dos Congregados. 

A sua construção foi demorada, começou no XVI mas só terminou no século XX. Apresenta os estilos Barroco e Rococó. 

Também perto da Praça da República e indo pela Rua de São Marcos, vamos encontrar a Igreja de Santa Cruz. 

Se virem várias pessoas de nariz no ar, paradas em frente à igreja, talvez não estejam só a admirar a bonita fachada Barroca da igreja, é possível que estejam a tentar descobrir galos. Reza a lenda que existem três galos esculpidos em alto-relevo na fachada da igreja. Dois são supostamente fáceis de encontrar, o terceiro poucos os encontram. A mesma lenda diz que a moça que os encontrar, casará em breve. 
A Igreja de Santa Cruz foi construída no século XVII.

No mesmo largo onde se encontra a Igreja de Santa Cruz, o Largo Carlos Amarante, encontra-se outro bonito edifico, o Hospital de São Marcos.

O hospital foi fundado em 1508, no entanto, este edifício, o Edifício Norte só foi construído no século XVIII. Tal como muitos edifícios na cidade, este também apresenta o estilo Barroco.
Entre 1559 e 1975, a gestão do hospital esteve entregue à Santa Casa da Misericórdia de Braga.

Nas traseiras do hospital encontra-se o Palácio do Raio onde funcionaram alguns serviços do Hospital de São Marcos.

O Palácio do Raio foi construído entre 1754-1755 em estilo Barroco Joanino. 
Em 1853 foi vendido a Miguel José Raio e foi então que ficou conhecido como Palácio do Raio. Actualmente pertence à Santa Casa da Misericórdia de Braga. 

A vantagem de conhecer uma cidade com alguém que lá vive é que acabamos sempre por visitar locais que muito possivelmente nos passariam ao lado se fizéssemos a visita sozinhos. Desconhecia totalmente a existência da Fonte do Ídolo. 
Este local situa-se na Rua do Raio, a poucos passos do Palácio do Raio. Tem um preço de entrada de 1.85€ mas se combinado com o bilhete de entrada nas Termas Romanas do Alto da Cividade, bilhete único para visitar os dois locais é de 3.05€. 

A Fonte do Ídolo é um santuário rupestre edificado no século I. 
À 1ª vista pode não parecer mas na parte esquerda da foto está uma estátua com 1.10 metros de altura a segurar um objecto. Devido ao avançado estado de degradação, não dá para perceber se é uma figura masculina ou feminina. 

Desconhecia a existência da Fonte do Ídolo e desconhecia também a existência de termas romanas em Braga. A verdade é que existem e situam-se na Rua. Dr. Rocha Peixoto. 

As Termas Romanas do Alto da Cividade foram construídas no início do século II, juntamente com um teatro anexo e foram descobertas em 1977. 

Voltamos ao centro da cidade para seguir aquela que é a rua de comercial mais tradicional de Braga, a Rua do Souto. É uma rua exclusivamente pedonal entre o Largo Barão de São Martinho e o Largo do Paço. 
Cortando na 1ª rua à direita, R. Dr. Justino Cruz, encontramos o Jardim de Stª Bárbara.

No centro do jardim encontra-se uma fonte do século XVII e o edifício atrás é o Paço Episcopal Bracarense. 

Voltando à Rua do Souto e andando apenas alguns passos, encontramos o Largo do Paço, com uma fonte ao centro e rodeado por edifícios do Paço Episcopal, onde funciona a Reitoria da Universidade do Minho. 
Um pouco mais à frente está a Igreja da Misericórdia. Já estamos perto da Sé de Braga, é seguir um pouco na Rua D. Diogo de Sousa e depois cortar na Rua do Cabildo. 

A Sé de Braga é antiga, muito antiga, é a mais antiga do país, foi mandada construir no século XII por D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques e que aqui têm os seus túmulos. É um dos principais templos do Românico do país mas também apresenta características manuelinas e barrocas. 

No fundo da Rua Diogo de Sousa encontra-se um arco que foi uma das portas das muralhas da cidade. 

O Arco da Porta Nova data do século XVIII. 

Outros monumentos no centro da cidade.

O castelo de Braga foi demolido em 1906 e apenas resta a Torre de Menagem

A Igreja do Pópulo situa-se na Praça Conde de Agrolongo. A construção da igreja e convento decorreu entre os séculos XVI e XIX. 

Capela de Nossa Senhora da Torre.

O edifício dos Paços do Concelho foi mandado construir no século XVIII. É considerado por alguns especialista como um dos mais notáveis exemplos da arquitectura Barroca na península Ibérica.  

Há mesmo muito para ver no centro de Braga, muitas igrejas e capelas e belos exemplos de arquitectura civil, neste post ainda falta muita coisa. O melhor mesmo é irem até lá e descobrirem por vocês mesmos!!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Itália (2010) - Dia 4 * Nápoles

E ao 4º dia saímos de Roma. Ao planear esta viagem e como faço cada vez que vou viajar, pesquiso sempre locais que possa visitar perto ou razoavelmente perto do destino principal da viagem. Sugeri Nápoles à Joana e ela aceitou a sugestão.
Nápoles situa-se na região da Campânia. Com cerca de 1 000 000 de habitantes, é a 3ª maior cidade da Itália. O seu centro histórico é classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade! Um dado importante, é a terra natal da pizza!!

Fomos até Nápoles de comboio. Partimos cedo da estação Roma Termini até Napoli Central. Comprámos os bilhetes na estação e custaram 21€, só ida. Os bilhetes também pode ser comprados online no site da Trenitalia. Dependendo do comboio, os preços podem variar entre 11.80€ e quase 40€, e o tempo de viagem entre 1 hora e 2 horas e meia. Mais uma vez, não esquecer de validar os bilhetes antes de entrar no comboio. 

Primeira impressão da cidade, para além de muito calor, estavam uns 40 graus, muita poluição e trânsito caótico. Foi uma verdadeira aventura atravessar uma estrada naquela cidade, mesmo usando as passadeiras. 

Esqueci-me logo disso quando dei de caras com o Vesúvio. Não sei bem porquê mas gosto muito de vulcões e nunca tinha visto nenhum. Infelizmente a poluição não permitia uma visão mais clara deste vulcão que é o único na Europa continental a ter entrado em erupção nos últimos 100 anos. 
A sua erupção mais famosa ocorreu em 79 d. C. e que resultou na destruição das cidades romanas de Pompeia e Herculano. 

Caminhando ao longo do Golfo de Nápoles, chegámos ao Castelo do Ovo. 

O Castelo do Ovo é a fortificação mais antiga na cidade. Localiza-se no ilhéu de Megáride e até ao início do século XVI foi o palácio real dos soberanos de Nápoles. 
O seu nome deriva de uma lenda antiga segundo a qual o poeta Virgílio, que na Idade Média também era considero um mago, escondeu nas fundações do edifício um ovo mágico que mantinha de pé toda a fortaleza. A sua quebra provocaria não só o colapso do castelo mas também uma série de várias catástrofes em Nápoles. Pelos vistos o ovo continua inteiro. 

A Piazza del Plebiscito é uma enorme praça com 25 mil metros quadrados onde se encontram algumas das mais importantes construções da cidade, a Basilia di San Francesco di Paola, o Palazzo Reale, o Palazzo Salerno e o Palazzo della Prefettura. 
Entre as colunas que ladeiam a praça encontra-se a Basilica di San Francesco di Paola, Basílica de São Francisco de Paula. No inicio do século XIX o Rei de Nápoles, Joaquim Murat, cunhado de Napoleão, planeou a praça e um edifício com colunas como tributo ao imperador. No entanto, Napoleão foi levado para a ilha de Stª Helena e os Bourbons recuperaram o trono da cidade. Foi Fernando I que continuou a construção da praça e transformou o edifício original na igreja que ali se encontra hoje. Dedicou-a a São Francisco de Paula que esteve num mosteiro que existiu neste local no século XVI.

De frente para a basílica, no lado direito da praça encontra-se o Palazzo della Prefettura. 

O Palácio da Prefeitura também é obra de Fernando I. No século XIV foi um convento de monges basílios. O actual edifício Neoclássico e o seu gémeo, o Pallazo Salerno, no outro lado da praça, foram projectados no século XIX. 
Na colina por detrás do palácio estão o mosteiro certosa di San Martino e o Castel Sant'Elmo.

Mesmo em frente à basílica está o Palazzo Real.

O Palazzo Real, Palácio Real é um dos quatro palácios que serviram de residência aos reis de Nápoles e Sicília durante o seu reinado no Reino das Duas Sicílias (1730-1860). 
O edifício foi construído em 1600 por Domenico Fontana, sob encomenda do vice-rei espanhol de então, o Conde de Lemos. Este deveria hospedar o rei Filipe III de Espanha, esperado em Nápoles com a sua consorte para uma visita oficial que nunca aconteceu. O palácio tornou-se sucessivamente residência do vice-rei espanhol, do vice-rei austríaco e, finalmente, dos reis da Casa de Bourbon.
Os bombardeamentos que sofreu durante a Segunda Guerra Mundial e a ocupação militar que se seguiu, causaram várias danos ao palácio. Actualmente o palácio alberga o Teatro San Carla, o Teatrino di Corte, a Biblioteca Nazionale Vittorio Emanuele III, um museu, alguns escritórios, incluindo o do turismo regional. 

Milão tem a Galleria Vittorio Emanuele II e Nápoles tem a Galleria Umberto I. Tanta uma como outra são centros comerciais cobertos e muito, muito bonitos. 

Com o nome do rei que governou a Itália entre 1978 a 1900, a Galleria Umberto I foi projectada para ser uma obra monumental. Foi construída entre 1887 e 1890 e foi um marco durante a reconstrução da cidade, período conhecido como "Risanamento" e que durou até à Primeira Guerra Mundial. 

A sua construção visou estimular o comércio e ser um símbolo do renascimento da cidade. A sua concepção pretendeu combinar o espaço público com o privado. Os dois primeiros pisos são dedicados ao comércio, cafés e vida social, enquanto que no terceiro piso existem habitações e um hotel. O seu interior impressiona pela sua cúpula, uma estrutura abobadada em ferro e vidro e pelos mosaicos dos signos do Zodíaco na área central.

A visita a Nápoles estava quase a terminar mas ainda faltava visitar uma das atracções turísticas mais conhecidas da cidade, o Castel Nuovo. 

O Castel Nuovo, também conhecido como Maschio Angioino é outro dos castelos de Nápoles. Foi construído no século XIII. 

E assim terminou a visita a Nápoles. A visita a Itália terminaria nessa noite em Roma com o único jantar possível ao terminar uma viagem neste país, pizza, obviamente. 
Tenho várias cidades italianas na minha lista de futuras viagens, isso quer dizer que vou certamente voltar. Esta viagem foi em 2010, talvez até já seja altura de pensar noutra viagem a este belo país. 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Itália (2010) - Dia 3 * Vaticano & Roma

E ao 3º dia em Itália fui ver o Papa!! Mentira, o senhor, na altura Bento XVI, não estava lá, tinha ido até ao Chipre. 
O Vaticano até pode estar em Roma mas é um país, pequenino mas é!! o Vaticano é uma cidade-Estado que existe desde 1929. Tem apenas uma área de 44 hectares e pouco mais de 800 habitantes. É o país mais pequeno do mundo. 

A visita ao Vaticano limitou-se à Praça de S. Pedro, à basílica e à estação dos correios. 

A Praça de São Pedro é a porta de entrada para os peregrinos e turistas que vão até ao Vaticano. A praça foi desenhada por Bernini no século XVII e é ladeada por 284 colunas dóricas. Na balustrada das colunas estão 140 estátuas de santos, mártires, papas e fundadores de ordens religiosas. 

A Basílica de São Pedro é o mais importante e maior edifício religioso do catolicismo e um dos locais mais visitados do mundo. Foi construída entre 1506-1626, no local onde foi enterrado Pedro, o primeiro Papa, aliás, o túmulo de Pedro está sob o altar da basílica. 
Na construção da basílica participaram alguns dos grandes artistas da época, como por exemplo Bramante, Miguel Ângelo, Rafael e Bernini. 
Para visitar a basílica é preciso esperar um pouco numa fila que poderá ser mais ou menos longa. A boa notícia é que a entrada é grátis. A entrada é grátis mas é preciso ter atenção ao vestuário. Não é permitido entrar de calções, de ombros descobertos e mini-saias. Para entrarem vão passar por uns scanners tipo os do aeroporto e por uns seguranças, se não estiverem vestidos de maneira adequada, os seguranças não vos deixam passar. 

Enquanto esperávamos para entrar na basílica, podemos assistir, ainda que de maneira discreta, ao render da Guarda Suiça, o corpo de guarda responsável pela segurança do Papa.  
Depois da basílica queríamos ter subido à cúpula mas tinha encerrado porque se ia realizar um evento qualquer. Fiquei mesmo chateada, queria muito lá ter subido. Como ficou bastante por ver lá no Vaticano, hei-de lá voltar e assim que lá chegar vou logo fazer a subida. 
Falando na subida, pode fazer-se de 2 modos, através de um elevador, até ao terraço e depois é só subir uns 320 degraus ou então fazer tudo a pé e subir os 551 degraus até ao topo. Indo de elevador são 7€, a pé são 5€. 

Depois de termos ido enviar postais aos correios locais, seguimos  até ao Castelo Sant' Angelo. 

O objectivo da construção do Castelo Sant' Angelo era servir de mausoléu para o Imperador Adriano e sua família. Mais tarde, no século V, passou a ter função militar, residência de nobres e Papas, aliás, foi um Papa que mandou construir um túnel secreto que liga o castelo ao Vaticano. 
Em 590 o Papa Gregório I atribuiu-lhe o nome pelo qual é hoje conhecido. Durante uma epidemia de peste que assolou Roma em 590, o Papa afirmou ter visto o Arcanjo São Miguel no topo do castelo, indicando o fim da epidemia. Para celebrar este acontecimento foi colocada no topo do castelo a estátua de um anjo. 

O castelo situa-se na margem direita do rio Tibre, mesmo em frente da Ponte Sant' Angelo. Foi construída entre 134 e 199 pelo imperador romano Adriano. 
Nos dias de hoje muitos turistas cruzam esta ponte, no entanto no século XVI um passeio nesta ponte não tinha nada de agradável, uma vez que eram expostos aqui os corpos de executados. De corpos de executados passaram a exibir-se estátuas de anjos ao longo da ponte... 

De mapa na mão, continuámos o nosso passeio até à Basílica de Santa Maria em Cosmedin, onde se encontra a famosa Bocca della Veritá. A igreja foi construída no século VIII durante o período conhecido como Papado Bizantino. O seu campanário é o mais alto de Roma. 

Foi por causa desta imagem que fomos até esta igreja. La Bocca della Verità ou a Boca da Verdade, é uma imagem esculpida em mármore e encontra-se no pórtico da igreja. 
Acredita-se que a escultura tenha feito parte de uma antiga fonte romana ou tenho sido a tampa de um esgoto!! Quanto ao rosto, trata-se possivelmente do deus romano Oceano. 
A característica mais famosa desta escultura é, segunda a lenda, a sua capacidade de detectar mentiras. Diz essa lenda que se alguém contar uma mentira com a mão dentro da boca, ela fecha-se mordendo a mão do mentiroso. Eu meti lá a minha mão direita e continuo com ela. 

Ainda bem que a Bocca não me mordeu a mão porque precisei dela para fazer o jantar nessa noite. Era dia de Portugal e como boas portuguesas que somos, nessa noite tivemos um jantar bem português, bacalhau à brás!! A sobremesa é que foi bem italiana, gelado, claro está. 

sábado, 13 de junho de 2015

Itália (2010) - Dia 2 * Roma

No dia seguinte e com a Rita a fazer de nossa guia, a nossa visita a Roma começou na Piazza del Popolo, que em português se traduz para Praça do Povo. Para chegar lá, seguimos pela Via del Corso, a rua principal no centro histórico de Roma. 

A Piazza del Popolo foi construída no século XVI e funcionava como porta de entrada na cidade para quem viesse do norte. Bem no centro da praça encontra-se um obelisco egípcio com 36 metros de altura. O obelisco é conhecido como o Obelisco Flaminio é o segundo mais antigo e um dos mais altos obeliscos de Roma. Foi construído durante os reinos dos Faraós Ramsés II e Merneptah (século XIII a.C.) e colocado no Templo do Sol em Heliópolis; foi trazido para Roma em X a.C. por ordem de Augusto. Inicialmente o obelisco encontrava-se no Circo Máximo; em 1589 foi transferido para esta praça. 
As duas igrejas que se vêm nesta foto são conhecidas como as igrejas gémeas, são elas a Santa Maria in Montesanto (1675) e Santa Maria del Miracoli (1678). A separá-las está a Via del Corso. 

Subindo umas quantas escadas, chegamos ao Monte Pincio, cujo nome vem da família que ali viveu. A vista vale a pena. Lá ao fundo pode ver-se a cúpula da Basílica de São Pedro, no Vaticano. De costas para nós está a fonte que representa a deusa de Roma, entre os rios Tibre e Aniene.  

Não muito longe da Piazza del Popolo está a Piazza de Spagna e a sua famosa escadaria. 

Os 135 degraus da Escadaria da Praça de Espanha, foram construídos entre 1723-1725 e ligam a Praça de Espanha à Praça da Trindade dos Montes, onde se encontra uma igreja com o mesmo nome. Foi construída entre 1502-1587 em estilo Renascentista e Barroco.  Em frente à igreja está o obelisco Salustiano, levado para este local em 1789. 

De seguida seguimos para a Fontana di Trevi mas antes passámos pelo Palácio Montecitório e mais um obelisco. Este palácio acolhe actualmente a sede da Câmara de Deputados, a câmara baixa do Parlamento de Itália.

Chegámos então à famosíssima Fontana di Trevi. Chegámos nós e um monte de gente, demasiada gente para um espaço tão pequeno. Fiquei surpreendida pelo tamanho da fonte, demasiado grande para "caber" na máquina fotográfica, e por estar num espaço tão pequeno, sempre pensei que estivesse numa grande praça.

Como disse, a fonte é grande, com cerca de 26 metros de altura e 20 de largura, é a maior fonte barroca de Roma. No centro da fonte está a estátua do deus Neptuno, representado sobre um carro em forma de concha e puxado por dois cavalos marinhos.
Depois de umas quantas fotos, também eu cumpri a tradição de atirar uma moeda para a fonte. Segundo a tradição, se se atirar uma moeda para a fonte, voltaremos a visitar a cidade e se atirarmos duas, arranjamos uma namorado em Roma. Eu atirei só uma, não quis arriscar deixar de ser solteira.

Uma das praças que mais gostei na cidade foi a Piazza Navona. Estra praça é um hino ao Barroco. No centro da praça encontra-se a igreja barroca de Santa'Agnese in Agone, construída no século XII.
Está ali mais um obelisco, faz parte da Fontana dei Quattro Fiumi, Fonte dos Quatros Rios, que foi esculpida por Bernini entre 1648 e 1641. Esta fonte representa os quatro principais continentes do mundo e os seus principais rios, Rio Nilo na África; Rio Ganges na Ásia, Rio da Prata na América e Rio Danúbio na Europa.
No lado oposto encontra-se a Fontana del Moro, Fonte do Mouro. A fonte original foi desenhada por Giacomo della Porta em 1575, e tinha apenas o golfinho e os quatro tritões, o mouro, desenhado por Bernini, foi apenas lá colocado em 1653. No entanto nenhuma das actuais estátuas é original. Após o restauro da fonte em 1874, as estátuas originais foram levadas para a Galleria Borghese e foram substituídas por réplicas.

Depois de termos almoçado um belo gelado numa gelataria na Piazza Navona, seguimos até ao Panteão.
Acho que acontece em todas as viagens e a quase toda a gente, encontrar um monumento em obras. Em Roma encontrámos o Panteão neste estado.
O Panteão situa-se na Piazza della Rotonda e a entrada é grátis.

O Panteão é o monumento mais bem preservado da Roma Antiga. Foi mandado construir por Marco Vipsânio Agripa durante o reinado do Imperador Augusto (27 a. C. - 14 d. C.) e reconstruído por Adriano por volta de 126 d. C. Foi originalmente um templo politeísta, já que Agripa o dedicou a vários deuses. No entanto, tornou-se um templo católico a partir do século VII e é dedicado a "Santa Maria e os Martíres".

Da sua construção destacam-se as colunas coríntias e a grande cúpula encimada por um óculo central aberto. Quase dois mil anos depois de ter sido construído, está cúpula continua a ser a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo.  
No seu interior encontram-se os túmulos do rei Vítor Emanuel II e de Rafael. 

Um dos momentos alto do dia foi sem dúvida a visita ao Coliseu. O Coliseu é conhecido como o maior símbolo da cidade de Roma e todos os anos é visitado por milhares de turistas, nós também quisemos fazer parte dessa estatística.
O bilhete de entrada pode ser reservado online mas nós comprá-mo-lo directamente na bilheteira. Até não tivemos de esperar muito tempo na fila. Pagámos 12€. Se o bilhete for comprado online custa 16€, sendo que os 4€ de diferença, são a taxa de serviço online e serão devolvidos quando trocarem o voucher da reserva pelo bilhete.
O bilhete é válido por 2 dias e dá acesso ao Coliseu, no Palatino e no Forum. 

Para além de fazer parte dos monumentos em Roma classificados como Património Mundial da Humanidade, o Coliseu de Roma é também uma das 7 Maravilhas do Mundo. 
Esta grandiosa obra foi construída entre 68-79 d. C. por Tito Vespasiano. 
Originalmente era capaz de abrigar perto de 50 000 pessoas que durante quase 400 anos aí assistiram a vários espectáculos. 

Esses espectáculos incluíam lutas entre gladiadores e animais e batalhas navais em que a arena se enchia de água. Por debaixo da arena existiam vários corredores e salas onde ficavam os gladiadores e animais, à espera de entrarem nos espectáculos. 
No início da Idade Média deixou de ser utilizado para entretenimento mas teve outras utilizações como, habitação, oficina, forte, pedreira, sede de ordens religiosas e templo cristão. A ligação à Igreja ainda se mantém nos dias de hoje; todas as Sexta-feiras Santas o Papa lidera a procissão da Via Sacra até ao Coliseu. 

Como disse, o bilhete inclui a visita ao Palatino

Este local é um museu ao ar livre e aqui se encontram as ruínas dos palácios de Augusto, Tibério e Domiciano. 
Daqui têm-se umas belas vistas para o Forum Romano.

Durante séculos, o Forum Romano foi o centro da vida pública romana e foi considerado o ponte de encontro mais conhecido do mundo. 

O seus monumentos celebram os grandes homens da cidade. Hoje em dia é um vasto complexo de ruínas monumentais que demonstram claramente o uso de espaços urbanos durante a Idade Romana.  

O Templo de Antonino e Faustina foi construído em 141 pelo Imperador Antonino Pio e foi inicialmente dedicado à sua falecida e deíficada esposa Faustina. Na Idade Média foi transformado na igreja San Lozenzo in Miranda. 

Outros monumentos dentro do Forum. 

Depois de sairmos do Forum passámos pelo belo Monumento a Vítor Emanuel II. 

O Monumento Nacional a Vitor Emanuel II homenageia Vítor Emanuel II, primeiro rei da Itália unificada e considerado o pai da pátria italiana. 
Foi projectado em 1885, inaugurado em 1911 e apenas terminado em 1935. 

Já tínhamos passado pela sede da Câmara de Deputados, agora estávamos na sede do Presidente da Câmara de Roma, o Palazzo Senatorio, Palácio dos Senadores, que se situa-se na Praça do Capitólio
No topo das escadas que dão acesso à Praça, estão as estátuas dos gémeos Castor e Pólux. 

Mesmo entre o Monumento a Vítor Emanuel II e a Praça do Capitólio, encontra-se a Basílica de Santa Maria in Aracoeli. 

Esta igreja em estilo Românico foi construída no século XII e é a igreja oficial do conselho municipal de Roma. É conhecida por abrigar algumas das famosas relíquias de Roma, como por exemplo as de Santa Helena, mãe do Imperador Constantino I, relíquias menores do Santo Sepulcro e o Santo Bambino de Aracoeli.  

Em Roma o Forum Romano não é o único forum. 

O Forum de Trajano, mandado construir por Trajano, foi construído entre 106-112 d. C. e foi um último dos forums imperiais construídos na Roma antiga. 

Em Roma tropeça-se na História ao virar de cada esquina e o melhor de tudo é poder passear pela cidade a pé, sem ter necessidade de apanhar transportes. Gosto quando é assim. Mas tanto passeio pela História tem os seus custos, ao fim do dia os pés e as pernas reclamavam por um merecido descanso, afinal ainda haveria mais para descobrir nos dias seguintes.